Existem grandes benefícios para as organizações dispostas a pegar emprestado os princípios do DevOps e aplicá-los em suas equipes de produtos .
Para quem não está tão familiarizado, de forma simples, DevOps é a união de pessoas, processos e ferramentas para automatizar a construção de softwares, viabilizando continuamente a entrega de boas experiências aos usuários, que é um dos valores das metodologias ágeis.
O Agile transforma o gerenciamento de software em um processo iterativo permitindo que as equipes multifuncionais de desenvolvimento de produtos se ajustem rapidamente às mudanças do mercado e dos requisitos do cliente.
Na teoria, se os desenvolvedores forem responsáveis pela construção e operação do software, eles farão as compensações certas entre desenvolver a funcionalidade (construir novos recursos) e a operabilidade (estabilidade e desempenho).
Ainda que não possamos aplicar todos principios ao desenvolvimento de produtos, é extremamente benéfico adotar as 3 práticas a seguir:
→Cultura irrepreensível (Blameless Culture)
No contexto principios do DevOps, reconhecemos que o software operacional é complexo, especialmente em negócios de rápido crescimento, onde você está ultrapassando os limites de escala e velocidade.
Nesse ambiente, incidentes acontecem e é importante tratá-los não como fracassos, mas como oportunidades de aprender e melhorar processos. E essa melhoria contínua só acontecerá quando os envolvidos souberem que não serão penalizados por cometer um erro e, assim, ficarão mais abertos à correção. Daí um dos princípios do DevOps “irrepreensibilidade”.
Como isso se aplica às equipes de produto?
A grande maioria dos PO’s (Product Owners) tem como foco criar novas e melhores experiências para o usuário. Quer você esteja revolucionando viagens locais ou seja um restaurante respondendo à pandemia com uma plataforma de pedidos on-line, é improvável que você construa a experiência perfeita logo de primeira.
A chave para tudo isso é criar uma cultura que celebre a experimentação, independentemente dos resultados finais provarem sucesso ou fracasso.
→Métricas e Medições (Metrics and Measures)
Um processo bem-sucedido requer feedback imediato e uma ação prontamente disponível sobre os sistemas que a equipe está operando. Isso significa, KPIs (Key Performance Indicators) sobre o tempo de atividade do serviço, o tempo de resposta do aplicativo, a carga operacional e muito mais. Para garantir que os clientes tenham uma boa experiência, cada interação do usuário precisa ser medida. Esse foco na medição é extremamente importante para as equipes de produto.
Cada novo recurso ou ajuste de UX deve começar com uma hipótese sobre as métricas que esperamos que ele adote. Os dados devem orientar as decisões sobre o roadmap e as mudanças precisam ter a capacidade de rastrear o impacto.
→Você constrói, você possui (You Build It, You Own It)
Outro princípio importante é a cultura de propriedade.
Simplificando, a equipe que cria um recurso ou serviço é a equipe que opera o código. Se algo falha durante a produção, são eles que serão notificados e são eles que irão corrigir a falha.
Esses mesmos princípios do DevOps podem ser aplicados à propriedade de um produto digital. Grandes PO’s e suas equipes estendidas pensam no produto ou área de propriedade como um negócio com métricas que são responsáveis por movimentar com autonomia para priorizar um roadmap que produza os resultados que a empresa precisa entregar.
Através dessas práticas do DevOps, podemos otimizar a entrega e mesmo que seus objetivos não incluam escrever códigos, todas são claramente aplicáveis. Comemorar aprendizados de experimentos que não foram bem sucedidos, usar dados e métricas ao invés de instintos e investir na otimização de seu produto existente, apesar de parecer contra intuitivo, garantirá que seu negócio forneça a melhor experiência para os clientes.
